Abaixo, postamos um artigo comentando a Liturgia da Palavra (1ª Leitura - Jr 23,1-6; Sl 22, 2ª Leitura - Ef 2,13-18; Evangelho - Mc 6,30-34) deste 16º Domingo do Tempo Comum (Ano B). O autor faz também uma análise sobre esse tempo de Eleições municipais.
O pastoreio
Queremos olhar para a figura do Bom Pastor, Jesus Cristo. Ele percorreu um caminho de alteridade, de encontro com as ovelhas, com as pessoas, para as quais deveria pastorear. Teve como perfil a autenticidade, atitude que deve ser perseguida por todas as autoridades verdadeiramente constituídas.
Neste ano vamos, mais uma vez, escolher as novas autoridades dos municípios. Agora é a corrida para as candidaturas, os conchavos políticos e as campanhas eleitorais. Em grande parte dos casos, não passa de uma busca de poder, de estabilidade e até de conforto econômico.
Ser autoridade, prefeito ou vereador, é ter poder com sufrágio dos eleitores. Isto deve acontecer de forma livre e responsável. Aqui cabe o adágio popular: “Voto não tem preço, tem consequências”. É hora de refletir sobre que tipo de autoridade queremos para conduzir os destinos dos nossos municípios.
O trabalho de qualquer autoridade precisa ser como um pastoreio. É fundamental olhar para Jesus Cristo, que agiu com autoridade de Deus. E toda verdadeira e autêntica autoridade vem de Deus. E uma das exigências é que seja honesta e justa em sua gestão, olhado para as necessidades do povo, e não própria.
A sociedade tem estado carente de boas autoridades. Em certos momentos podemos até dizer as palavras de Jesus, quando viu o povo sem esperanças: “eram como ovelhas sem pastor” (Mc 6, 34). O descuido e a omissão dos pastores, das autoridades, prejudicam a comunidade.
Na visão do profeta Jeremias, Deus condena os maus líderes, aqueles que deixam o povo sem perspectiva de futuro, sem segurança, justiça e paz. Eles devem ser substituídos por quem age com dignidade e respeito, como Cristo que deu a vida por suas ovelhas.
Nós, eleitores, vamos escolher quem vai nos conduzir. A responsabilidade recai sobre quem vota sem medir as consequências e o peso de sua escolha. De certa forma, torna-se cúmplice com quem for mal escolhido e terá que sofrer, durante quatro anos, pelo que fez, tendo que se sujeitar a ação de um poder inconsequente.
Dom Paulo Mendes Peixoto
Arcebispo de Uberaba (MG)
Fonte: CNBB.
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