Resposta aos
protestantes: a questão do sábado como dia de guarda.
“O sábado foi feito para o homem, e não o
homem para o sábado; de modo que o Filho do Homem é senhor até do sábado”
(Marcos 2, 27).
O Ano litúrgico cristão-católico |
“Portanto,
ninguém vos julgue por questões de comida e de bebida, ou a respeito de festas anuais
ou de sábados, que são apenas sombra de coisas que haviam de vir, mas a realidade
é o Corpo de Cristo” (Colossenses 2, 16). O que prova que o sábado não é
intocável, pois existem coisas superiores ao sábado.
Alguns
adventistas procuram impugnar esse trecho de S. Paulo argumentando que “sábados”
se refere aos ‘descansos', como a páscoa, pentecostes, etc. Todavia, o
“Sábado“, dia de guarda, fazia parte dos “sábados“. O apóstolo apenas reforça o
que foi ensinado por Nosso Senhor Jesus Cristo, tornando sem efeito o argumento
adventista.
A ordem de
observar o sábado era rigorosamente cumprida pelos Judeus. Aliás, foi no sábado
que eles saíram do Egito rumo à Terra prometida.
O primeiro dia
da semana judaica, posterior ao sábado, quando Cristo ressuscitou, tornou-se o
dia de culto dos cristãos ou o dia do Senhor. No ano de 57/58, por exemplo, em
Trôade, na Ásia Menor, os cristãos se reuniam no primeiro dia da semana,
conforme At 20, 7, para celebrar a Eucaristia. Em 1Cor 16, 2, S. Paulo
recomenda aos fiéis a coleta em favor dos pobres no primeiro dia da semana – o
que supõe uma assembleia religiosa realizada naquele dia.
O Domingo é o
dia dedicado à glorificação do Senhor vitorioso sobre a morte, tomou
adequadamente o nome de “Kyriaké heméra“, dia do Senhor (ou, propriamente, dia
imperial), como se depreende de Ap 1, 10: “Fui arrebatado em espírito no dia do
Senhor“. O grego “Kyriaké heméra” deu em latim “Dominica dies“, donde, em
português, dominga ou domingo.
Pode-se crer
que a celebração do domingo tenha tido origem na própria Igreja-mãe de
Jerusalém, pois os apóstolos estavam reunidos no 50º dia (Pentecostes), que era
domingo, quando receberam o Espírito Santo (At 2, 1-3). Este quis se comunicar
não num sábado, como Cristo também não quis ressuscitar num sábado, mas no dia
seguinte, domingo. O dia da ‘santificação’ de sua Igreja foi o domingo e não o
sábado.
Agora, um
outro problema. Qual é o sétimo dia? A palavra ‘sábado’ não exprime o dia
determinado da semana, mas, em hebraico, quer dizer: cessação, repouso (Shabath).
Quando deve ser este dia de repouso? Deus nunca determinou. O que ele quer é
que, após seis dias, o sétimo lhe seja consagrado.
Da lei antiga,
distinguem-se quatro espécies de preceitos: o dogma, a moral, as cerimônias e
as leis nacionais.
Destes
preceitos, só permanecem, com o advento do Novo Testamento, o dogma, completado
por Nosso Senhor Jesus Cristo, e a moral, aperfeiçoada por ele.
Quanto as
cerimônias, elas eram figurativas, e as figuras desaparecem diante da
realidade. As cerimônias da Igreja substituem suas pré-figuras (ver Hb 4,
3-11). As leis nacionais também já não mais se aplicam.
Outro
argumento de alguns estudiosos: na semana judaica, a contagem dos dias começa
na primeira-feira e não na segunda-feira, sendo o sétimo dia a nossa
sexta-feira e o sábado, o nosso domingo.
Mas, ainda que
fosse o sábado o sétimo dia, a Igreja teria o poder de alterá-lo, não
sendo ele, como demonstrado, superior ao “Corpo Místico de Cristo” (Colossenses
2, 16). O próprio Deus encarnado concedeu este poder à sua Igreja: “Tudo o que
ligares na terra, será ligado no Céu e tudo o que desligares na terra, será
desligado no Céu". São palavras de Nosso Senhor Jesus Cristo aos seus
discípulos.
Examinemos
agora um pouco a história: desde o século II, há depoimentos que atestam a
celebração do domingo tal como foi instituída pelos apóstolos, conscientes do
significado da ressurreição de Cristo. Assim Santo Inácio de Antioquia (+110,
aproximadamente) escrevia aos Magnésios: “Aqueles que viviam na antiga ordem de
coisas, chegaram à nova esperança, não observando mais o sábado, mas vivendo
segundo o dia do Senhor, dia em que nossa vida se levantou mediante Cristo e
sua morte” (9, 1)
O Catecismo
dos Apóstolos, chamado de ‘Didaqué‘, escrito no primeiro século de nossa era,
também prescreve, em seu artigo XIV: “Reúnam-se no dia do Senhor para partir o
pão e agradecer, depois de ter confessado os pecados, para que o sacrifício de
vocês seja puro.”
Em meados do
século II, encontra-se o famoso depoimento de S. Justino, escrito
entre 153 e 155: “No dia dito do sol, todos aqueles dos nossos que habitam as
cidades ou os campos, se reúnem num mesmo lugar. Lêem-se as memórias dos
apóstolos e os escritos dos profetas… Quando a oração está terminada, são trazidos
e vinho e água… Nós nos reunimos todos no dia do sol, porque é o primeiro dia,
aquele em que Deus transformou as trevas e a matéria para criar o mundo, e
também porque Jesus Cristo Salvador, ressuscitou dos mortos nesse dia mesmo” (I
Apologia 67, 3. 7).
Nessa passagem,
S. Justino atesta a celebração da Eucaristia no domingo. Chama-o “dia do sol”
porque se dirige a pagãos; faz questão, porém, de lembrar que tal designação é
de origem alheia, não cristã: “no dia dito do sol“.
O fato do
Imperador Constantino ter preceituado, em 321, certo repouso “no venerável dia
do sol” não quer dizer que ele tenha introduzido a observância do dia do Senhor
entre os Cristãos; esta, como vimos, data da época dos apóstolos, tendo sido
apenas patrocinada por Constantino, desde que se tornou cristão.
P.S.: Mais informações do ensinamento da Santa Igreja sobre o Domingo, leia o Catecismo da Igreja Católica e a Carta Apostólica "DIES DOMINI" do bem-aventurado papa JOÃO PAULO II SOBRE A SANTIFICAÇÃO DO DOMINGO.
P.S.: Mais informações do ensinamento da Santa Igreja sobre o Domingo, leia o Catecismo da Igreja Católica e a Carta Apostólica "DIES DOMINI" do bem-aventurado papa JOÃO PAULO II SOBRE A SANTIFICAÇÃO DO DOMINGO.
Adaptado de: Lepanto:Frente Universitária e Estudantil
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