sábado, 5 de maio de 2012

Reflexão para o V Domingo de Páscoa

Conversão de São Paulo (Atos 9)
Caravaggio
A liturgia deste domingo se refere ao crescimento da Igreja e, naturalmente, às tensões que se verificam em qualquer relacionamento humano. 
A primeira leitura, tirada dos Atos dos Apóstolos [At 9,26-31], se refere a Paulo [Saulo], a seu trabalho e à desconfiança que a Comunidade tinha em relação ao antigo perseguidor. A seu favor surge Barnabé que o apresenta aos Apóstolos e salienta suas qualidades de conhecedor da Sagrada Escritura e de ter dito sim ao chamado de Jesus no caminho de Damasco, de ter aderido totalmente ao Senhor e de se ter tornado o grande pregador do Evangelho.
Paulo vive plenamente o encontro com Jesus. Ele precisou e teve o apoio de um de seus companheiros na fé – Barnabé – e também da Comunidade. 
O trecho da 1ª Carta de João [1Jo 3,18-24], a segunda leitura na liturgia deste domingo, revela que Paulo estava totalmente imbuído do Espírito do Senhor, por isso suas ações eram frutos do amor que o Pai havia colocado nele. 
O Evangelho de João [Jo 15,1-8] nos fala da videira que é Jesus e do Agricultor que é o Pai. Jesus é a videira verdadeira porque só Ele produz os frutos desejados pelo Pai, ou seja, a justiça, a retidão e o amor. O Pai é o agricultor porque cuida de sua videira para que ela dê os bons frutos que Ele deseja. Nesse trabalho de cuidar da videira, o Pai a poda. Ele o faz para que ela dê frutos excelentes e abundantes. A poda é um reforço e não um desejo de ver a videira sofrer. Ela não é castigo, provação e sim graça. 
O texto evangélico nos fala em permanecer unido à videira. Ora, somos os ramos e permanecer unidos significa estar plenos de amor, unidos ao Amado. Será essa união que nos possibilitará dar frutos. 
O batismo nos inseriu no tronco. Por ele nos tornamos membros da videira, seus ramos. Em nós passou a correr a seiva da graça de Deus, a força do Espírito Santo, a Vida! 
Paulo passou de perseguidor a um dos ramos enxertados na videira que é o Corpo Místico de Cristo e que se deixou podar sempre que necessário. Ele se tornou um dos alicerces da Igreja, uma de suas grandes colunas. 
A graça recebida não foi em vão! 
Cada um tem sua vida, sua vocação, sua história. Vivamos a nossa, conscientes de que a graça nos é dada e de que o importante é nos abrirmos à ação de Deus, e não quem somos. 
Lembremo-nos de Paulo, o convertido e de Maria, a cheia de graça, ambos unidos à Videira Verdadeira, Jesus Cristo. 

Pe. César Augusto dos Santos 

Fonte: RÁDIO VATICANO.

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