Agostinho nasceu em Tagaste, na Região de Cartago, na África, filho de Patrício, pagão, e Mônica, cristã fervorosa. Segundo narração dele próprio, Agostinho bebeu o amor de Jesus com o leite de sua mãe. Infelizmente, porém, como acontece muitas vezes, a influência do pai fez com que se retardasse o seu batismo, que ele acabou não recebendo na infância nem na juventude. Afastou-se dos ensinamentos da mãe e, por causa de más companhias, entregou-se aos vícios. Cometeu maldades, viveu no pecado durante toda a juventude, teve uma amante e um filho, e, pior, caiu na heresia gnóstica dos maniqueus, para os quais trabalhou na tradução de livros. Mas se o pecado destrói, Deus constrói: Ele pode muito mais. Não devemos desesperar da salvação de ninguém.
Sua mãe, Santa Mônica, rezava e chorava por ele todos os dias. “Fica tranquila”, disse-lhe certa vez um bispo, “é impossível que pereça um filho de tantas lágrimas!” E foi sua oração e suas lágrimas que conseguiram a volta para Deus desse filho querido transviado. Eis o que pode a oração de uma mãe! Vê-se também como vale a primeira educação. Quem aprendeu na infância o caminho correto, a vida cristã, as virtudes primárias, se depois se embrenhar no vício, será muito mais fácil se converter do que aquele que não recebeu cedo os ensinamentos cristãos.
Dotado de inteligência admirável, professor de retórica, Agostinho dizia-se um apaixonado pela verdade, que, de tanto buscar, pela sua sincera retidão, acabou reencontrando na Igreja Católica: “ó beleza, sempre antiga e sempre nova, quão tarde eu te amei!”; “fizestes-nos para Vós, Senhor, e o nosso coração está inquieto, enquanto não descansa em Vós!”: são frases comoventes escritas por ele nas suas célebres “Confissões”, onde relata a sua vida de pecador arrependido. Se você ainda não leu esse livro, eu o recomendo vivamente.

Dom Fernando Arêas Rifan
Administrador Apostólico Pessoal São João Maria Vianney
Fonte: CNBB.
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